O Conselho Regional de Psicologia (CRP-15), por meio da sua Comissão de Direitos Humanos, vem celebrar junto às negras e negros o Dia Nacional da Consciência Negra. A data denuncia o racismo ainda presente em nossa sociedade e, também, é um símbolo de grande importância na memória de luta e de resistência ao sistema de escravidão.
O Brasil tem encoberto, por meio do mito da democracia racial, a desigualdade de oportunidades entre brancos e negros, o que implica, muitas vezes, na ideia de que o racismo não existe. Tal concepção se coloca como um problema, pois a violência racial se faz presente no cotidiano de negras e negros, gerando sofrimento de diversos modos. Negar a existência do racismo é negligenciar o compromisso que todas e todos devem ter na luta contra a discriminação e o preconceito.
Há um sofrimento psicossocial específico, sutil e explícito, presente no cotidiano de vida das pessoas negras – seja de ordem interpessoal e/ou institucional – que precisa ser evidenciado no fazer Psi.
É necessário que a Psicologia possa atuar frente à desconstrução dessa forma de dominação, numa ação que possibilite o enfrentamento ético-político das modalidades de violência racial persistentes. O nosso Código de Ética afirma que “II – A/O psicóloga/o trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Dessa forma, reafirmamos nosso compromisso com a promoção de vida da população negra, no resgate da memória histórica de resistência e contra toda forma de apagamento das suas existências. Que possamos contribuir, enquanto profissionais da psicologia, com um fazer ético-teórico-prático que se volte para construção de uma sociedade igualitária e equânime.