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NOTA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA (CRP/15) EM APOIO AO DIA NACIONAL DA VISIBILIDADE LÉSBICA:

A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia (15ª Região) vem, através desta nota, expressar apoio à luta das Mulheres Lésbicas na presente data, 29 de agosto, que simboliza o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica no Brasil.

A data escolhida teve como referência o I Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), que aconteceu no dia 29 de agosto de 1996, na cidade do Rio de Janeiro. Esta foi a primeira vez que mulheres lésbicas de todo o país se reuniram oficialmente em uma organização. A partir de então, o dia 29 de Agosto passou a representar um marco na luta das Lésbicas pela visibilidade de seus direitos e posicionamento na sociedade enfrentando não apenas a lesbofobia, mas a misoginia, o sexismo e o machismo. Um resultado simbólico dessa luta é a colocação da letra L, de Lésbicas, na frente da sigla LGBT, almejando ampliar a visibilidade dessas mulheres.

No entanto, reconhecemos que ainda há muito a avançar na garantia de direitos e dignidade das mulheres lésbicas no país. E isso se reflete em dados expressos no primeiro Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil que mostra um crescimento da violência contra mulheres lésbicas. Esse documento indica que, no período entre 2000 e 2017, foram registrados 180 homicídios de lésbicas. Somente entre 2014 e 2017, foram registrados 126 assassinatos de lésbicas no país. O dossiê indica também um percentual de 32% de suicídios de lésbicas, em sua maioria na faixa de idade entre 20 e 24 anos, vindo em seguida a faixa de até 19 anos. Juntas, as duas faixas etárias concentram 69% dos casos de suicídios de lésbicas no Brasil. Esses dados são uma projeção da consequência da lesbofobia no país que age de forma violenta sobre os corpos e subjetividades dessas mulheres.

Em tempo, o Conselho Regional de Psicologia de Alagoas (CRP-15) reafirma seu compromisso social e político no enfrentamento a lesbofobia, fazendolembrar da resolução 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia, que é um marco da Psicologia na defesa dos Direitos Humanos, tal resolução defende que as homossexualidades não constituem doença, nem distúrbio, nem perversão, além de que preza pela vida e garantia de direitos de toda cidadão e cidadã sem distinção de quaisquer natureza. Para marcar a data e demonstrar o apoio da Psicologia à resistência dessas mulheres, o CRP-15, por meio do Grupo de Trabalho de Diversidade de Gênero, vinculado à Comissão de Direitos Humanos, representados pela Psicóloga Gabriela Bothrel Echeverria (CRP15/4456), e pelos Psicólogos Benjamin Vanderlei dos Santos e Wagner Leite de Souza, lança essa nota para (re)forçar e (re)afirmar o papel essencial das/dos profissionais da Psicologia no combate ao preconceito contra as orientações sexuais e identidades de gênero.